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"UM SER EM CONSTRUÇÃO"

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Sao Paulo, Brazil
Sou aquela que voa nas asas da borboleta Mas que também arde nas lavas de um vulcão Sou a suave brisa que acaricia seu rosto Mas também sou o vendaval que te arrasta Sou água que flui em rio caudaloso Sou fogo que arde de paixão Sou terra em que piso com passo forte Sou ar que em delírios se desprende do chão Sou fênix e das cinzas renasço Reconstruo a mim mesma, passo a passo Sou uma e em várias me reparto Em meus labirintos me perco para me reencontrar Junto meus pedaços e me reivento Me refaço de minha própria essência com gratidão e sem lamento e busco a cada dia ser mais inteira.

sábado, 23 de julho de 2011


A DIFÍCIL HORA DO ADEUS
- Oi, você já vai?
- Acho melhor, agora que tudo está resolvido.
- Pode levar os livros de Fernando Pessoa, se quiser.
- Sei que você também gosta deles. Pode ficar.
- Você vai ficar bem?
- Sim, claro, dá-se um jeito...
- Será que poderia ser diferente?
- Não sei. Só sabemos que não foi e agora...
- Para onde você vai?
- Eu me viro. Não se preocupe.
- Está levando tudo que precisa?
- "O que mais preciso tenho que deixar", ele pensou.
- "Gostaria que você não fosse embora. Por quê tem que doer tanto?", pensa ela, por sua vez.

    E o silêncio se fez entre ambos. Por não quererem revelar os verdadeiros sentimentos que ainda pulsam e teimam em machucar.  Mas nenhum dos  dois tem coragem de falar o que realmente sentem. Decidiram pela separação e sentem que tem que levá-la adiante a qualquer custo. Racionalizam que será melhor para os dois porque não estava dando certo. Ah, mas tiveram momentos tão lindos! Estes ficarão na lembrança. Atormentando a dor da saudade, o frio da ausência.  O que fazer quando o amor ainda existe, mas não há mais entendimento, não há  mais possibilidade de convivência?

- Bem, você quer ficar coma cópia da chave, caso tenha esquecido algo?
- Acho melhor não. Se der por falta, lhe aviso e venho pegar.
- Desejo que você seja feliz.
- É o que estamos tentando, não? Sermos felizes.
- Sim, claro...
- Então, já vou.
- Abro a porta pra você.

Na porta, se entreolham mais uma vez. Ele olha a sala a sua volta. O lar que viveram todos esses anos e sente a alma apertada. Precisa ir, senão não conterá a lágrima que teima em se formar no cantinho de seus olhos.
( Quem disse que homem não chora?) Ela pensa se há como contê-lo. Como voltarem atrás, mas decide deixá-lo partir. A dor é tão grande que não permite ser expressa.

- Vá com Deus!
- Fique em paz...

E ela fecha rapidamente a porta com as lágrimas rolando sobre sua face, enquanto ele entra no elevador e sente uma faca cravada em seu peito.
Uma dor tão lancinante que jamais poderia imaginar e, indo  contra todos os preconceitos, finalmente chora...

 
 

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